Seguros paramétricos vs. tradicionais: qual é o melhor para o produtor rural?

Os chamados "seguros paramétricos" foram desenvolvidos pelas seguradoras como alternativa aos seguros tradicionais. Esse novo produto se baseia em dados públicos para mensurar possíveis sinistros na lavoura. Em alguns casos, o segurado pode ser indenizado mesmo sem a ocorrência de um prejuízo real.

Por Pedro Siqueira

 

O recente agravamento das condições no seguro agrícola, provocado pelo momento de escassez de capacidade de resseguro, e oriundo das perdas provocadas pelas secas nos últimos anos, fez com que o custo de produção das safras de grãos de inverno e de verão ficasse elevado. O segurado percebeu que a proteção climática precisava passar por um refinamento ou ficaria sem a proteção costumeira.

Em resposta ao atual cenário, o mercado de seguros rurais vem desenvolvendo inúmeros produtos alternativos aos tradicionais. Os chamados paramétricos, são produtos baseados nas variações climáticas e de crescimento da planta, podendo cobrir tanto a produtividade quanto a qualidade da cultura, e na estruturação do seguro.

Os paramétricos se baseiam em índices para sua mensuração, que podem ser pluviométricos (chuva), climáticos (temperatura) e cobertura de massa verde das plantas (NDVI). Além disso, a mensuração de perdas é feita utilizando-se de dados do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, estações meteorológicas oficiais e/ou satélites, como por exemplo o conhecido Sentinel. Este seguro é feito sob medida, para atender as necessidades inerentes aos negócios do cliente.

No entanto, a falta de orientação, por parte do corretor especializado ao segurado pode trazer uma enorme dor de cabeça na hora de reclamar algum sinistro, uma vez que não se trata de um produto que mensura a perda através da simples amostra feita pela colheitadeira no momento da janela de colheita.

Os paramétricos antigos eram vistos com resistência pelo consumidor porque os produtos eram rasos e muitas vezes falhavam na apuração das perdas. Podiam favorecer com a indenização às áreas que não haviam sido afetadas e punir áreas sinistradas, simplesmente pela falta de assertividade na mensuração do gatilho/sinistro estipulado.

Já os produtos novos vêm com um conceito de agroclimáticos. Os produtos agroclimáticos levam em consideração, em seus algoritmos, outros fatores que os tornam justos e aderentes à realidade do agricultor, como por exemplo a qualidade do seu manejo, o tipo de solo, entre outras variáveis.

 

As vantagens dos índices/sinistros virtuais

 

As vantagens dos paramétricos são percebidas principalmente se comparados aos produtos tradicionais. Podemos citar, como exemplo, ausência do risco moral na regulação do sinistro, visto que não depende da ida de um perito à lavoura para apurar as perdas. A mensuração pode ser feita de forma transparente com dados públicos e imagens de satélites. A escassez, ou inexistência, de peritos em municípios distantes também são contornadas por soluções paramétricas. As limitações dos produtos tradicionais em áreas até o terceiro ano de cultivo, considerando o amadurecimento do solo, não existem nos paramétricos.

O custo normalmente é inferior para o segurado uma vez que o algoritmo se adapta e controla as infinitas realidades. Os sinistros sempre serão virtuais e as indenizações podem ocorrer mesmo sem a perda real, e muitas seguradoras já preveem o pagamento automático da indenização sem sequer a necessidade da reclamação do segurado. Por ser virtual, o seguro paramétrico permite maior diversificação de portifólio pois chega em regiões do país com pouco histórico de compra em seguros. Além do mais, permite personalização, atingindo produtores de alta tecnologia que não compram o seguro tradicional.

Os paramétricos também podem ser usados como soluções às empresas, podendo substituir garantias financeiras/ativos/capital/patrimônio corporativos por seguros garantidores.

Já as desvantagens são a falta de informação sobre os produtos e corretores ainda com resistência em ofertar novos produtos aos seus clientes. No entanto, uma nova geração está se formando e é notória a busca por conhecimento na área em feiras e eventos espalhados pelo interior do país.

Por fim, a boa-fé deve reinar nas relações do seguro rural em produtos tradicionais e paramétricos, e o viés tecnológico vem apenas para criar produtos melhores e colaborar para o desenvolvimento do país. Os paramétricos podem ser incluídos nas soluções que envolvem a agricultura de precisão, e na nova forma de contratar seguro no Brasil.

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